ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 29-6-2011. 

 


Aos vinte e nove dias do mês de junho do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia e Reginaldo Pujol. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Paulinho Rubem Berta, o Projeto de Lei do Legislativo nº 089/11 (Processo nº 2284/11). Ainda, foram apregoados os Ofícios nos 562, 583 e 584/11, do senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 025, 026 e 027/11 (Processos nos 2435, 2444 e 2445/11, respectivamente). Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Elói Guimarães (Processo nº 2452/11), deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, do dia de amanhã ao dia primeiro de julho do corrente, em audiência com o senador Pedro Simon, em Brasília – DF. Também, foi apregoado o Memorando nº 019/11, de autoria do vereador Airto Ferronato, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, no Seminário Oportunidades para 2014, às treze horas e trinta minutos, no Centro de Eventos Sport Club Internacional, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constou o Comunicado nº 17373/11, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Quadragésima Quinta, Quadragésima Sexta, Quadragésima Sétima, Quadragésima Oitava, Quadragésima Nona, Quinquagésima, Quinquagésima Primeira e Quinquagésima Segunda Sessões Ordinárias e da Oitava e Nona Sessões Solenes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, pela oposição, Mauro Pinheiro e Nelcir Tessaro. Às quatorze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, em face de Questão de Ordem e manifestações formuladas pelo vereador Sebastião Melo, a senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca do artigo 50 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 247/05 (Processo nº 5138/05), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por doze votos SIM e treze votos NÃO, tendo votado Sim os vereadores Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul Torelly, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Mario Fraga, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta e Tarciso Flecha Negra. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 008/10 (Processo nº 0430/10), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por doze votos SIM e treze votos NÃO, após ser discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Maria Celeste, Adeli Sell, Idenir Cecchim, Mauro Zacher, Dr. Thiago Duarte, Luiz Braz, João Antonio Dib, Carlos Todeschini, Nilo Santos e Pedro Ruas e encaminhado à votação pelo vereador Aldacir José Oliboni, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni Proença e Não os vereadores Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Luciano Marcantônio, Mario Fraga, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos e Tarciso Flecha Negra. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 008/10, o vereador Bernardino Vendruscolo cedeu seu tempo de discussão ao vereador Dr. Thiago Duarte. Também, a senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e da professora Janete Vicente Crescente, do Projeto Pescar da Companhia Estadual e Energia Elétrica, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelos vereadores Nelcir Tessaro, Adeli Sell e Mario Fraga, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo-se manifestado a respeito o vereador Pedro Ruas. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 181/10 (Processo nº 4168/10), por trinta e três votos SIM, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 040, 045 e 046/11 (Processos nos 2294, 2441 e 2442/11, respectivamente). Durante a apreciação do Requerimento nº 045/11, a vereadora Sofia Cavedon afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 022/11 (Processo nº 0843/11), o qual, após ser discutido pelos vereadores Nelcir Tessaro, Engenheiro Comassetto e Idenir Cecchim e pela vereadora Maria Celeste, foi retirado da priorização da Ordem do Dia da presente Sessão, em face de Requerimento verbal, aprovado, formulado pelo vereador Nelcir Tessaro. Às dezesseis horas e dezessete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezessete horas e cinquenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoada a Emenda nº 34, de autoria do vereador Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/07 (Processo nº 4079/07) e foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/07 (Processo nº 4079/07), o qual, após ser discutido pelos vereadores Adeli Sell, Sebastião Melo, Engenheiro Comassetto, Reginaldo Pujol e Beto Moesch, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum deliberativo. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/07, o vereador Pedro Ruas cedeu seu tempo de discussão ao vereador Beto Moesch. Às dezoito horas e trinta e três minutos, em face da inexistência de quórum deliberativo, constatada em verificação solicitada pelo vereador Idenir Cecchim, a senhora Presidenta declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/11, os Projetos de Lei do Legislativo nos 039, 048, 067, 068 e 087/11, o Projeto de Resolução 016/11; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 070/11. Durante a Sessão, os vereadores DJ Cassiá, Sebastião Melo, Beto Moesch e Mario Fraga manifestaram-se sobre assuntos diversos. Às dezoito horas e trinta e quatro minutos, nada mais havendo a tratar, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Boa-tarde a todos e a todas, colegas Vereadoras e Vereadores. Ver. João Antonio Dib, da base do Governo, eu acho importante que nós possamos fazer alguns debates aqui nesta Casa, para tentar resolver os problemas da Cidade. O uso de Tempo de Liderança, do Grande Expediente, das Comunicações, não são, simplesmente, para fazer polêmica, mas são, também, para solicitar, em viva voz, coisas que a Cidade não faz, que a Prefeitura não faz, que o Prefeito não faz, e os Secretários não fazem. É impressionante! Eu tinha, em alta conta, os contatos que fazia recentemente com a Saúde, mas algum aspone, algum burocrata lá do Gabinete – não sei se fala em nome do Gabinete – disse que as questões que eu estava demandando não iam ser atendidas. Eu quero dizer o seguinte: eu não pedi para ninguém furar a fila; eu não solicitei, nunca, que alguém me passasse na frente de outro, para ser atendido antes, porque conseguiu chegar ao Ver. Adeli Sell. Eu só quero saber quais medidas estão sendo tomadas para resolver, por exemplo, um problema de uma pessoa, que ao não fazer um exame, pode morrer por causa de câncer. Eu quero soluções! Eu não posso ser acusado de pedir para furar a fila, que foi, mais ou menos, o que o burocrata, o aspone de plantão, disse. Eu quero uma resposta, porque eu sempre tive respostas educadíssimas do Secretário Casartelli. Mas eu quero falar aqui, Ver. Nilo Santos, porque algum problema deve haver com algum burocrata de plantão.

Foi eu começar, desde sexta-feira, uma verdadeira cruzada em relação à selvageria no trânsito, que eu recebo agora, da EPTC, uma longa e exaustiva carta, explicando algumas questões. Vou solicitar para publicar, inclusive, no meu blog, para que as pessoas que leram o meu artigo em quatro órgãos de imprensa desta Cidade – A Selvageria no Trânsito em Porto Alegre – possam ver que a EPTC acordou. Eu fiquei feliz hoje de manhã, Ver. João Dib, que o meu amigo Cappellari, atual Secretário, veio me dizer que – talvez eu coloque aqui em primeiríssima mão –, haverá, sim, Ver. Nilo Santos, uma escola de educação para o trânsito. Opa, finalmente! O pessoal está acordando! Mas aqui é preciso falar, dizer, reivindicar, pressionar!

É por isso que nós usamos o expediente de Liderança de oposição, porque este é o nosso papel de Vereadores! Mas eu também queria que a SMAM nos ouvisse, porque nós propusemos uma poda preventiva, um projeto, e a SMAM não deu bola! Só que, nesta semana, em vários lugares em que eu tinha demandado poda de árvores, aconteceram problemas: redes de luz foram danificadas, exatamente nos lugares em que eu havia pedido poda de árvores.

Eu posso falar dos ônibus lotados e atrasados; eu posso falar da falta que fazem as linhas dos lotações em vários e vários lugares.

Agora, onde está o estudo que nos foi prometido, meu caro João Pancinha, da Carris, acerca do T12, T13, T14, T15, as próximas linhas transversais que nós propusemos, de que nós levantamos dados, que nós colocamos informações? Porque a minha oposição é uma oposição propositiva e não de demarcação. É para ajudar, para que o povo de Porto Alegre tenha melhores condições de vida, de trabalho, de bem-estar social.

Eu também quero falar dos postos de saúde, da falta de médicos, como aconteceu hoje, no Posto de Saúde Dr. Pestana, quando 15 pessoas estavam esperando a médica, que não estava lá às 9h. Já eram 10h, e 15 pessoas que tinham marcado para as 9h não foram atendidas! Onde está a médica do Posto de Saúde Dr. Pestana? Estão, aqui no meu telefone, os dados da informação e de quem a forneceu, então eu quero que se pergunte à Secretaria Municipal de Saúde o que aconteceu hoje no Posto de Saúde Dr. Pestana, em Porto Alegre...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. MAURO PINHEIRO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, público das galerias; Ver. João Antonio Dib, o senhor que é o Líder do Governo nesta Casa, vamos manter a coerência dos nossos discursos, hoje. Eu quero dizer que fiquei preocupado com manchetes que saíram em quase todos os jornais da Cidade, senão em todos: que o Governo age para segurar o avanço estrangeiro no varejo; que o BNDES entraria com recursos para garantir grupo brasileiro na liderança do setor supermercadista.

Eu acho, Ver. Adeli Sell – pessoa que também trabalha no cuidado com o ramo de supermercados – um grande problema o BNDES investir no Grupo Pão de Açúcar para a sua fusão com o Grupo Carrefour. Termos preocupação com relação a esse assunto é fundamental, pois como o BNDES vai investir em fusão de supermercado para manter a nacionalidade, quando a gente vê que, no Brasil, não há nenhuma lei que preserve o nosso supermercado? Dia a dia nós temos subido a esta tribuna, Ver. Adeli Sell, preocupados com o avanço no setor supermercadista das empresas internacionais!? Aqui mesmo, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a empresa Walmart está construindo, não há leis que preservem, e agora o Governo vai investir para manter a nacionalidade. Não é admissível esse tipo de investimento, até porque o Grupo Pão de Açúcar hoje diz que vai fazer uma fusão com o Carrefour para ter domínio e aumentar a sua participação, quando nós sabemos que o Grupo Pão de Açúcar, Ver. Tessaro, tem a participação de um outro grupo francês, que é o Casino. Então, é inadmissível... Fico mais tranquilo quando o nosso Ministro Mantega diz que o Governo Federal não tem participação nenhuma nisso. Assim espero, porque a fusão entre essas grandes empresas não pode ter nenhum apoio.

A minha preocupação – e por isso várias vezes subi a esta tribuna – é com o avanço desses hipermercados estrangeiros no mercado nacional. Nós temos que buscar não um projeto desta Câmara Municipal, mas sim um projeto federal que crie algum tipo de mecanismo que mantenha a soberania nacional em cima dos supermercados. Nós não precisamos que esse tipo de comércio seja explorado pelo comércio internacional, Ver. João Antonio Dib. Essa é uma preocupação que venho externando desta tribuna, e hoje está estampada em todos os jornais desta Cidade, a fusão, e a preocupação de alguns para que nós não precisemos, num futuro bem próximo, ter que comprá-los. É muito mais interessante que nós criemos mecanismos que possam segurar e travar. Eu não sou totalmente contra que se tenha algum tipo – até porque nós temos a globalização – de mercados internacionais, mas nós devemos ter o cuidado para que eles não tomem conta. Pelo que se está vendo aqui no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre já ocorre o avanço dessas empresas internacionais, dia a dia, acrescentando suas lojas, aumentando o seu poder. Isso me preocupa há bastante tempo, e espero que esse mercado, que cresce, se torne preocupação de toda esta Casa, dos Deputados Estaduais e Federais.

Aqui em Porto Alegre, há uma empresa internacional, a Walmart, que também poderia – e o jornal informa (Mostra o jornal.) – fundir-se com o Carrefour e dominar o comércio, e isso já está acontecendo gradativamente. Portanto, nós temos que ter esse tipo de cuidado. Agora, essa empresa que não é citada aqui, busca colocar mercados de bairros ao lado dos mercados já existentes, e com isso vai diminuindo o poder do supermercado nacional frente a esses gigantes. Nós temos que ter cuidado, sei que esta Casa é limitada no que pode fazer, mas, nós, Vereadores, temos que estar atentos para que não tenhamos problema no futuro, aqui na Cidade de Porto Alegre, como já estamos enfrentando. Se aqui houver uma fusão desses dois gigantes – Carrefour e Walmart – no Brasil eles serão um número expressivo.

Ver. Brasinha, infelizmente, não posso lhe dar aparte, mas acho que o senhor também deveria usar o Tempo de Liderança para mostrar o quanto esta Casa está preocupada com o comércio nacional.

Portanto, espero que todos os Vereadores tomem cuidado, se interem desse assunto, um assunto de suma importância, e que nós possamos no futuro fazer...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Mauro Pinheiro.

O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos visita nesta tarde de frio e chuva, ocupo esta tribuna, colegas Vereadores, para trazer a informação sobre o julgamento, na quarta-feira da semana passada, dia 22, do Agravo de Instrumento, no qual houve agora a decisão final quanto à questão que muito discutimos aqui nesta Casa, no final do ano de 2010, início de 2011, da validade ou não da assinatura da Verª Neuza Canabarro, quando Suplente e quando firmou a assinatura para que se compusesse a lista dos doze para a abertura da CPI da Saúde. Então, a decisão tomada em 2010 e aquela decisão em que a CCJ, por intermédio do Ver. Elói Guimarães, também assim procedeu, reconhecendo a não validade da assinatura da Verª Neuza, hoje está consagrada por via judicial. O Dr. Erminio, da 21ª Câmara Cível do nosso Tribunal de Justiça do Estado, assim decidiu, na última quarta-feira, dando por encerrada essa questão. Existe um mandado de segurança a ser julgado, mas já houve o prejulgamento da decisão.

Então, Srª Presidente, agora nós temos em aberto um espaço para uma Comissão. Assim, venho a esta tribuna pedir a instalação da Comissão de Acompanhamento das Obras do Metrô – que esta Casa, que os meus Pares já votaram, por proposição deste Vereador –, porque precisamos definir, acompanhar e ver quais os traçados de metrô que teremos em Porto Alegre, qual a viabilidade do metrô em Porto Alegre. Eu defendo o metrô de superfície. Nós devemos aqui acompanhar e discutir a melhor maneira de se proceder, a mais rápida e de menos custo, se é o metrô de superfície ou o metrô subterrâneo. Está proposta a linha da Av. Assis Brasil, que sai do Centro, ou a linha da Rua Cairu até a FIERGS, mas precisamos atender à Zona Leste. Eu sempre defendo que podemos utilizar esse grande espaço que há na Av. Ipiranga, ao lado do arroio Dilúvio, e termos um metrô da Av. Praia de Belas até o bairro Agronomia, facilitando, a um custo baixo para as famílias chegarem ao Centro da Cidade, e, de uma vez por todas, acabarmos com o nosso congestionamento em Porto Alegre.

Concordo com o Ver. Oliboni de que poderíamos ter uma estação na UFRGS, no bairro Agronomia, o que facilitaria para todos os estudantes da PUC e da UFRGS. Os moradores e trabalhadores do bairro Lomba do Pinheiro poderiam deixar os seus veículos num grande estacionamento naquele local e vir de metrô, tranquilamente, para o Centro da Cidade.

Então, eu gostaria do apoio desta Casa – peço encarecidamente à nossa Presidente – para que pudéssemos fazer, se for possível, já na terça-feira, nosso último dia deste primeiro semestre, a composição dos membros dessa Comissão, que já foi aprovada, para acompanharmos esse trabalho, de imediato, e fazermos uma visita. Nós temos visitas permanentes do Bueno, o Diretor Executivo do Ministério das Cidades. Ele é de Porto Alegre, e poderá nos auxiliar, dizer e dar o orçamento para esse metrô.

Ver. Tarciso, nós precisamos pensar logo, por quê? Se estamos pensando em mobilidade urbana, temos que pensar, sim, no metrô, mas temos que pensar no metrô com a razão, e não fazermos da mesma forma como quando foram implantados os corredores de ônibus da Av. Assis Brasil – o Ver. Paulinho e o Ver. Cecchim sabem. Quantos comércios lá quebraram, foram à falência, porque não havia como transitar! O que temos que fazer, sim, é um estudo de viabilidade para a mobilidade urbana no metrô de superfície, que é o metrô que eu defendo. Muito obrigado, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 14h39min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. DJ CASSIÁ: Eu quero aproveitar o pronunciamento do Ver. Nelcir Tessaro, que propõe o acompanhamento das obras do metrô. Deixo minha proposta à Srª Presidente e aos colegas para que, dentro das possibilidades, se instale, na segunda-feira, essa Comissão, que é de extrema importância. Eu estava escutando o Ver. Nelcir Tessaro da tribuna, e deixo a minha proposta de que, se for possível, se instale a Comissão na segunda-feira.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. DJ Cassiá, não há problema; é só o proponente acertar com o Diretor Legislativo. Podemos fazê-lo em algum momento da Sessão, acordar o tempo, não há problema.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Eu faço no início da Sessão, porque, com certeza, há Vetos. Vejo aqui que há duas Comissões Conjuntas, sendo que uma trata da questão dos lotações. Eu queria, primeiro, perguntar a V. Exª, não está dito aqui, mas parece-me que deve ser fruto do acordo do art. 50. É isso?

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Exatamente. As três Comissões que estão previstas, entre elas a CCJ e a CEFOR, estão trabalhando e propuseram à presidência que se fizesse.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O Regimento fala das Comissões, e eu pergunto a Vossa Excelência: das Comissões ou daquelas Comissões pelas quais passa o Projeto? Na verdade, o Regimento é vago em relação a isso; fala das Comissões da Casa.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Na verdade, a nossa cultura, a nossa prática são as Comissões previstas pelas quais o Projeto deve ser analisado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: E essas Comissões foram consultadas?

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Pelas informações que eu tenho, os Presidentes foram consultados.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: A palavra de V. Exª tem fé pública. Se V. Exª fala que foram consultadas, está registrado na Casa que foram consultadas.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Exato. Obrigada, Ver. Sebastião Melo.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5138/05 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 247/05, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre a instalação e a conservação de banheiros químicos nas proximidades de pontos de táxis do Município de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela manutenção do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela manutenção do Veto Total;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Raul Torelly: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 28-06-11 (terça-feira).

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 247/05, com Veto Total. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 247/05. (Pausa.) REJEITADO o Projeto por 12 votos SIM e 13 votos NÃO. Mantido o Veto Total.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0430/10 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/10, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, no âmbito do Poder Público Municipal, o bloqueio de acesso a sites que contenham conteúdo pornográfico ou que façam apologia às drogas, à pedofilia ou à violência.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 28-06-11 (terça-feira).

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 008/10, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, quero expressar aqui a minha inconformidade, até porque esse Projeto de Lei foi aprovado por todas as Comissões desta Casa. Faço questão de nominar as Comissões que deram pareceres favoráveis, em 2010: CCJ, Ver. Pedro Ruas; CEFOR, Ver. Mauro Pinheiro; CUTHAB, Ver. Engenheiro Comassetto. As Comissões que deram pareceres favoráveis em 2011: CEDECONDH, Ver. Toni Proença; CEFOR, Ver. Airto Ferronato. Esse Projeto de Lei institui, no âmbito do Poder Público Municipal, o bloqueio de acesso a sites que contenham conteúdo pornográfico ou que façam apologia às drogas, à pedofilia e à violência.

Nós sabemos que nem sempre conseguimos monitorar nossos filhos e, muito menos, aqueles cidadãos que vão aos telecentros da Cidade acessar na Internet qualquer site, inclusive, muitos deles, pornográficos, que são mais de mil disponíveis.

Esse Projeto de Lei dialogava com a PROCEMPA. O seu Diretor, Zilmino Tartari, concordou, deu entrevista na Rádio Gaúcha, parabenizando a iniciativa. Nós, aqui, estamos salvando crianças! Estamos dialogando com um programa de inclusão, de proteção às pessoas! Eu não acredito que o Prefeito Fortunati teve conhecimento desse Projeto! Não acredito, porque o próprio Parecer feito, que deve ter sido de outro departamento, diz claramente que a PROCEMPA está realizando um estudo para fazer a filtragem desses conteúdos, está exatamente dizendo o que o Projeto acabou de dizer e ser aprovado neste plenário. Eu não consigo entender que um Projeto que é aprovado por unanimidade nesta Casa, tem parecer favorável em todas as Comissões, e o Prefeito desprestigia a Casa, mandando um Veto sem nenhum diálogo, nem mesmo uma ligação ao Vereador!? Expresso a minha indignação, através deste protesto, nesta Casa, porque dá a impressão que o Vereador está aqui para apertar o botão só quando o Governo quer. Nós estamos aqui para ser Vereadores que propõem mudanças e proteção, e não é exatamente o que transpareceu neste Projeto de Lei. Eu faço um apelo ao Governo para que possamos derrubar o Veto ou transferi-lo para o final da pauta, retirarmos o quórum, para que o Governo tenha um tempo para poder perceber a grandeza de um Projeto desses que vai salvar muitas crianças, vai salvar muitas pessoas, porque os meios de comunicação hoje também destroem pessoas, porque o assédio sexual, moral, também vêm pela Internet, não só pessoalmente. E a Internet, hoje, é um instrumento de provocação, de poder instigar, de poder promover os encontros, que muitos de nós condenamos. Faço um apelo ao Governo, para que possamos votar, sim, e derrubar o Veto do Prefeito Municipal. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; comunidade da Vila Dique que está conosco aqui, lideranças, moradores, sejam muito bem-vindos. Nós estamos ainda na discussão dos Vetos que trancam a nossa pauta, e, logo a seguir, com certeza, vamos votar o Projeto de interesse dessa comunidade. Causa-nos estranheza um Projeto tão simples como este que o Ver. Oliboni apresentou, e a Câmara Municipal acolheu, que permite que possamos, através de um controle maior dos sites, especialmente da rede pública do Município, combater uma das grandes mazelas do tempo atual, do instrumento da Internet, que é o uso inadequado do computador, especialmente no que tange à exploração sexual de crianças, adolescentes, e, neste caso também, a questão da pedofilia na Internet. Causou-nos estranheza o Veto do Prefeito, porque em nível nacional as discussões já estão muito avançadas, Ver. DJ Cassiá, inclusive com uma legislação que está sendo aprovada no Congresso Nacional para que o Brasil possa também, como nos países europeus, ter mecanismos que coíbam a proliferação de sites pornográficos, especialmente os de uso para pedofilia e exploração sexual de crianças e adolescentes. Lamentavelmente, reiteradamente temos visto casos; os pais têm que estar cada vez mais atentos com o seu jovem filho, criança ou adolescente, quando ele está acessando um computador.

Este Projeto, que poderia ser pioneiro aqui, poderia ser referência, como em tantas outras lutas que Porto Alegre tem-se constituído – um Projeto simples, que pede o bloqueio do acesso a sites na rede do Poder Público –, nem sequer está sendo levado como deveria, no meu entendimento, de ser possível – e alguns sites, alguns computadores têm já essa possibilidade, mas nem todos – banirmos das nossas redes de Internet a questão da exploração sexual de crianças e adolescentes, especialmente a questão da pornografia, da pedofilia, e mais, da apologia às drogas, como o Ver. Aldacir Oliboni pede.

Não compreendo – e quero fazer um apelo ao Líder do Governo e à
Bancada do Prefeito Fortunati – qual é a motivação para vetar um projeto simples, singelo e de uma repercussão imensa.

Nós, na Comissão de Direitos Humanos, recebemos, no início desta Legislatura, a Coordenadora do Comitê Municipal, que foi instalado aqui no Município, de Enfrentamento à Violência e à Exploração Sexual de Crianças e de Adolescentes, e ali com todo o projeto e uma programação de uma estratégia que precisamos, cada vez mais, estar atentos no Município com iniciativas importantes, com informações necessárias junto às redes de Saúde para atender à criança vítima de exploração sexual, e, agora, quando o Governo tem a oportunidade de implementar, de implantar na rede pública, nos computadores da Prefeitura – uma iniciativa tão pequena, mas que certamente repercutirá e fará a diferença nesse combate em que precisamos estar cotidianamente alertando a população –, o Prefeito veta esse Projeto tão simples.

Quero aqui então pedir à Bancada do Governo, especialmente à Bancada do Prefeito, para que reveja essa posição, porque são com iniciativas simples como esta que nós demarcamos e salvamos vidas, principalmente das crianças e dos adolescentes da nossa Cidade. Obrigada, Srª Presidenta.

 

(Não revisado pela oradora.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.        

 

O SR. ADELI SELL: Ah, senhoras e senhores, há coisas que a nossa vã filosofia não consegue atingir. Sinceramente, há coisas nesta Administração e nos pareceres dos doutos desta Prefeitura que nenhuma filosofia consegue atingir. O Veto Total ao Projeto do meu colega Oliboni, um projeto ultrassimples, que pede, nada mais nada menos, do que o bloqueio de acesso a sites que contenham conteúdo pornográfico ou que faça apologia à droga, à pedofilia e à violência. Todos os dias, a gente vê essas barbaridades na Internet! Um simples programa de computador resolve esse problema, e a Prefeitura nega-se a fazer, e depois vem falar que está fazendo política social de combate à pedofilia, à violência, à pornografia! Isso é conversa fiada! O que resolve o problema não é pirotecnia, não é fazer ato público, dizendo que faz isso, que faz aquilo! A atividade concreta é botar um programa de computador, que a PROCEMPA tem condições de fazer nos telecentros que são utilizados pelas crianças nesta Cidade! Ou os telecentros já faliram? Eu acho que não devem ter mais telecentros na Cidade, porque se não querem fazer...Não me venham com esta, porque se isto aqui for mantido hoje, nós vamos abrir uma guerra com as entidades de defesa das crianças e dos adolescentes!

Não adianta vir falar, propor Frente Parlamentar disso e daquilo, não adianta propor programa na Prefeitura, se não conseguem botar um programa de computador nos telecentros da Prefeitura!

Vereador Mauro Zacher, V. Exª que trabalha no combate ao bullying, quanta safadeza é feita pela Internet para azucrinar a vida de pobres coitados? Quantas crianças vão ter acesso a essa porcaria, a essa baixaria da Internet? E a Prefeitura é incapaz de colocar um programa de computador para que não tenham acesso a esses sites nos telecentros!

Será que foi lido efetivamente ou é uma perseguição ao meu colega, Ver. Oliboni? Ou é uma perseguição à Bancada de oposição? Deve ser uma ou outra coisa. Eu espero que seja incompetência da Prefeitura. Não tem outra palavra, não tem outra coisa a dizer!

Eu pergunto, Ver. Luciano Marcantônio, V. Exª que defende a acessibilidade das pessoas com deficiência, que olha o lado pobre da população, eu não posso acreditar que o Governo vai manter este Veto, eu não quero acreditar, porque daí as minhas últimas esperanças nesta Administração vão para o arroio Dilúvio! As minhas últimas esperanças vão literalmente para as águas do Dilúvio se for mantido este Veto. Só pode ser pirraça, só pode ser birra, só pode ser teimosia ou é incompetência total e absoluta! Eu noto o silêncio da Bancada do Governo! Onde está a Bancada do Governo para responder a esta barbaridade? Ou a Bancada do Governo vai se submeter à incompetência dos burocratas da Prefeitura que dão pareceres contra uma coisa tão simples como essa de colocar um software no serviço dos telecentros? Eu não quero acreditar, Ver. Idenir Cecchim, que isso possa ter acontecido; eu posso entender que foi uma cochilada, mas, sinceramente, eu peço que, nesta tarde, esta Câmara mostre a que veio, porque o povo de Porto Alegre acredita nesta Câmara, nestes Vereadores, e eu não quero que isso tudo vá para as águas poluídas do Dilúvio. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu fiquei assistindo ao Ver. Adeli Sell, que queria transformar numa verdadeira guerra um assunto que eu acho que tem muitas concordâncias aqui. Eu quero dizer que, quando fui Secretário da Indústria e Comércio, na minha gestão não se permitia a pornografia, e não tinha lei para isso, basta dar uma ordem, é só entrar no sistema e proibir ou não deixar acessar, não precisa proibir por lei.

Eu acho que a intenção é boa, ninguém quer dar pornografia para as crianças. Mas e aqueles computadores que estão lá em casa, Ver. Adeli Sell, aqueles que estão nas casas das famílias, aqueles em que as crianças ficam fazendo leitura até as quatro da madrugada, naqueles lugares em que têm computador liberado, numa lan house?

Eu acho que nós estamos fazendo um discurso exagerado demais. Acho que até há condições de se conversar se houve ou não houve algum equívoco, de ver se a PROCEMPA tem dificuldade ou não tem. Agora, acho que é um assunto muito simples.

O Gestor, aliás, o funcionário público não tem nada que ficar olhando pornografia. Então, que se crie, junto, uma punição para aqueles que acessam. Se está trabalhando, está trabalhando. Funcionário público que vai procurar pornografia durante o expediente, eu acho que tem que ser descontado, e tem que ter punição também, e há muitos que fazem isso. Nós temos que cuidar, Ver. Oliboni.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega Ver. Idenir Cecchim, a melhor forma de evitar ou punir é a pessoa não poder acessar. Se a PROCEMPA se prontificou, e falei pessoalmente com o Zilmino Tartari, que disse que isso é viável, é possível, e que a PROCEMPA já estava estudando um programa de filtragem, inclusive o Parecer está dizendo isso. A Prefeitura está concordando com o que nós estamos votando – ou votamos já. Então, eu acredito, desconfio aqui, me perdoe, que o Prefeito Fortunati não teve conhecimento do Parecer.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Vereador. Eu acho que se pode fazer isso, eu concordo com a intenção, apenas acho que o método... Fazer uma lei só para isso? Nós estamos fazendo uma lei só para os funcionários públicos de Porto Alegre. A lei do Ver. Oliboni é só para os funcionários públicos, e os outros, Vereador? E os outros, Ver. Adeli Sell? Eu acho que o funcionário público é o primeiro que tem que zelar, não precisa de lei para ele não poder acessar, ele tem obrigação de cuidar disso. Eu não acredito que nenhum funcionário público brigue para ter acesso à pornografia na hora do expediente, no computador de trabalho que ele está usando.

Ver. Oliboni, a sua intenção é muito boa, eu apenas acho que não precisa ter uma lei para qualquer assunto que possa ser resolvido, nem precisa ser por decreto, pode ser por um telefonema. Não pode ter pornografia, não pode acessar. Quando eu fui Secretário, volto a dizer, não tinha acesso não só à pornografia como a sites que não interessassem ao Poder Público. Acho que isso é muito fácil de resolver, não temos necessidade, Ver. Mauro Zacher, de fazer uma polêmica tão grande, uma gritaria tão forte, uma reprimenda ao Executivo e uma provocação à base aliada para que viesse aqui defender. Ninguém vem aqui defender, Ver. Adeli Sell, a pornografia; venho aqui dizer que é desmesurado fazer uma lei para cada assunto que se tenha em Porto Alegre. Acho que está na hora de se preocupar com assuntos que precisam de lei, e não fazer lei para assuntos que já estão resolvidos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. MAURO ZACHER: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não posso falar pelo período em que não estava na Câmara, mas eu posso dizer pelo período em que estive aqui como Vereador, e não lembro, em nenhum momento, de o Prefeito José Fogaça, nem o Prefeito Fortunati fazerem vetos simplesmente porque o Vereador não faz parte da sua base. Não me recordo. Eu ouço comentários de alguns Vereadores que tiveram seus projetos vetados e, dias depois, vieram aqui projetos do Executivo com o mesmo teor, mas não é do meu tempo, Ver. Oliboni. Vossa Excelência sabe que nós temos a simpatia pela sua iniciativa, V. Exª sabe que muitas das iniciativas sequer passam lá pela CCJ, ou passam, porque o nosso Regimento permite que apenas a assinatura de um Vereador permita a tramitação, coisa que está em debate nesta Casa, e nós damos a atenção mesmo sabendo que, muitas vezes, a ilegalidade é o que prevalece em suas iniciativas. Esse é um Projeto em que há um entendimento. Há o entendimento de que, realmente, isso tem que ser um dispositivo de segurança ao Município, que não sejam usados dentro da estrutura pública, que não se permita o acesso a sites pornográficos, ou, enfim, que façam apologia a drogas, pedofilia ou à violência.

Então, V. Exª traz um assunto importante, mas o que pauta o Prefeito não é a boa intenção; o que pauta o Prefeito neste Veto é a legalidade, é o vício de origem. Vossa Excelência teve uma ótima ideia. Quem sabe, dessa ideia, não saia uma lei de V. Exª, do Legislativo, projetada por Vossa Excelência, mas quem sabe saia uma Resolução, um Decreto do Prefeito que venha a sanar esse vazio que nós temos em relação a isso. Então, não está colocado tudo fora, não estamos aqui em terra arrasada, pelo contrário, muitas vezes este Legislativo traz pautas importantes, e não é daqui que saem as legislações.

Então, eu fico muito à vontade, Ver. Oliboni, em dizer que votei com Vossa Excelência, mesmo sabendo que havia vícios de origem, inclusive porque fui Relator deste Veto na CCJ e, para fundamentar, usei jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, cujo teor é o seguinte: “A sanção do Executivo não sana o vício de iniciativa”. Então, eu quero dizer a V. Exª – e o Ver. Adeli Sell citou este Vereador e um dos Projetos – que, realmente, a Internet tem sido um canal ou, talvez, um esconderijo para muitos e, ao mesmo tempo, uma arma para outros. Vossa Excelência trouxe o debate para esta Casa, teve a iniciativa, mas quero reafirmar que o que fez o Prefeito vetar este Projeto foi o vício de origem.

Então, agora, vamos cobrar do Prefeito, para que nós possamos garantir – já que há um vício de origem que não permite que a legislação de V. Exª seja aprovada –, através de uma legislação do Executivo, ou por meio de um decreto, a segurança aos usuários e à rede de Internet do nosso Executivo e do Legislativo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, ilustres Vereadores, Ver. Oliboni; eu quero pautar três situações que me chamam muito a atenção no Projeto. Todos sabem que a gente iniciou aqui a Frente Parlamentar Antidrogas, e eu quero colocar três coisas. A primeira é que, para mim, a maior apologia à droga, principalmente no caso da maconha, é a liberação. Eu, democraticamente, discordo do Supremo Tribunal Federal – ao qual muitos Parlamentares, inclusive desta Casa, são aliados – quanto à Marcha da Maconha. Essa é a maior apologia que se pode fazer na questão da drogadição, democraticamente, obviamente no meu ponto de vista como Parlamentar e como médico. Eu, democraticamente, gostaria de saber a posição dos Vereadores que vêm defender o Projeto nesse aspecto.

A segunda questão é que sites com conteúdo sexual, às vezes, são usados de forma terapêutica. (Manifestações no Plenário.) São utilizados de forma terapêutica! A terapia de casais, às vezes, se baseia nisso. A Internet não é arma do demônio, como foi dito aqui. Como todas as ferramentas, nós temos que saber utilizá-la. Eu gostaria que os que se abalaram com essa colocação se pronunciassem aberta e livremente. A questão sexual tem que deixar de ser tabu! Ela é tabu, muitas vezes, nas escolas. Esses tempos, Ver. Dr. Raul, fui dar uma palestra numa escola estadual, e, por ser a educação sexual um tabu, como eu ouvi o “ah” aqui desta plateia de Vereadores esclarecidos, nós tínhamos lá, Ver. Dr. Raul, dez meninas grávidas. Por isso, porque é tabu falar em sexo, porque é tabu dizer isto que estou dizendo aqui! Então, nós temos que revisar esses nossos conceitos.

E a terceira questão, baseado na argumentação que o Prefeito mandou para cá, é a seguinte: a Prefeitura já dispõe de ferramentas implementadas para bloqueios de sites. E ele se compromete, sim, a avançar na questão do vício de origem e encaminhar um projeto que possa contemplar nesse sentido.

 

O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega Vereador, eu fiquei muito preocupado, quando V. Exª falou sobre terapias de casais em horário comercial, em horário de expediente. Nós temos que falar é do Projeto ora em discussão. Se formos aqui confundir, vamos deixar a população mais confusa ainda! Nós estamos tratando de um assunto de extrema importância: as crianças podem ir a um telecentro e acessar um site pornográfico. Vossa Excelência é a favor? Nós temos que proteger as crianças! Enquanto não houver um programa emitido pela PROCEMPA, são mais de mil sites pornográficos que entram no dia a dia! Nós precisamos protegê-las! Como vamos salvar essas crianças? É dizendo que, embora elas queiram, elas não terão acesso a esses sites pornográficos.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Não é essa a questão, Ver. Oliboni. Não é essa a questão! A questão é que V. Exª quer regular, antidemocraticamente, o que as pessoas vão ver ou não vão ver. A questão é que tirar o sofá da sala não resolve o problema...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte continua a discussão do PLL nº 008/10, com Veto Total, a partir deste momento, por cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: O que acontece, Ver. Oliboni, é que nós temos que quebrar esses paradigmas! Nós temos que parar de vender o sofá da sala, quando temos lá um jovem que acabou tendo relação e engravidando a companheira! Nós temos que, efetivamente, deixar de demagogia. Nós temos que enfrentar o tema. Nós temos que falar abertamente, sim, das relações sexuais. Nós temos que falar da questão da drogadição, sim, mostrando seus problemas, mostrando que, infelizmente, em algumas situações, as pessoas têm uma sensação positiva imediata, mas que o futuro acaba sendo a degradação, acaba sendo o comportamento violento. E no site pornográfico também! O futuro acaba sendo a prostituição, acaba sendo a violência contra a mulher, a violência contra o adolescente. Mas nós não podemos pegar uma ferramenta e dizer que ela é arma do demônio, porque o demônio está dentro de todos nós. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores; eu vi, aqui, oradores da Bancada petista passarem por esta tribuna e cobrarem coerência com relação à análise deste Veto que foi oposto pelo Sr. Prefeito Municipal. Mas esses mesmos Vereadores que vieram aqui com esse discurso nunca cobraram coerência de si mesmos quando estavam na situação, analisando projetos vetados, então, de autoria de Vereadores da oposição. Ah, vetou? Imediatamente, os Vereadores seguiam a cartilha do Prefeito, e projetos bons foram jogados na lata de lixo, porque a Bancada do Governo neste Plenário não seguia o que era essencial para a população, sempre seguia a ordem do Prefeito. Se existe aqui pau-mandado, é a Bancada do PT, porque nas gestões dos Prefeitos do PT, nunca, nenhum Vereador... O Ver. Adeli eu até ouvi fazer discurso contra, mas não votar contra. Votar, não; votar sempre votou com o Prefeito, mas fez discursos contra. As outras Bancadas, sempre que um Governo se estabelece, e elas passam a ser de situação, como é o caso agora, tentam analisar todas as matérias de acordo com aquilo que vai causar efeito na população.

O Ver. Oliboni coloca, aqui na tribuna, uma meia verdade, como se o seu Projeto fosse salvar a pátria. É mentira. Eu leio aqui o seguinte: “Atualmente, a rede da Prefeitura já dispõe de ferramentas implementadas para bloqueio de sites, especialmente por meio de filtragem de conteúdos. Entretanto, em razão do constante avanço das tecnologias, duas outras soluções estão em fase de teste, considerando-se o bloqueio total uma medida ineficiente”. Ora, então, a Prefeitura não está, simplesmente, de olhos fechados para o problema da pornografia. Não, ela está já há bastante tempo buscando meios para fazer com que esse acesso à pornografia não possa se dar através dos computadores ligados à sua rede. Agora, esse discurso que vem através deste Projeto de Lei que foi vetado pelo Sr. Prefeito Municipal de que, se não aprovar este Projeto, “Ah! mas aí cai a casa”, não é verdade. Não é verdade! Ele não é o salvador da pátria, como anunciou aqui o Ver. Oliboni. Eu acredito que o outro argumento é mais mortal, que é com relação ao vício de origem, porque o vício de origem, hoje, na atualidade, é insuperável: nós não podemos mais, como acontecia no passado, superar o vício de origem através de uma sanção do Executivo. A sanção do Executivo não retira mais o vício de origem como acontecia no passado. Nós não podemos legislar sobre aquelas matérias cuja iniciativa não podemos ter – e esta é uma das matérias que está no art. 94 da Lei Orgânica do Município e sobre as quais nós não podemos ter iniciativa, aqui na Câmara Municipal, como Vereadores.

Então, quanto a esses dois argumentos que foram utilizados aqui na tribuna para a derrubada do Veto, um é verdadeiro – tem o vício de origem; o outro é incorreto, porque este Projeto não vai salvar pátria nenhuma; a Prefeitura já está realizando ações no sentido de fazer com que o acesso à pornografia possa ficar cada vez mais difícil. É claro que impedir, com tantas tecnologias novas que vão surgindo, fica uma coisa quase que impossível, mas, com toda a certeza, a Prefeitura não está de olhos fechados para o assunto.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registro a presença de 11 alunos do Projeto Pescar, de 16 a 18 anos, acompanhados da Professora Janete Vicente Crescente. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que a Seção de Memorial desenvolve com as escolas de Porto Alegre. Parabéns, Jorge. Bem-vindos, alunos do Projeto Pescar.

Aproveito para cumprimentar os nossos cidadãos da Vila Dique que estão aqui conosco – chamei, inclusive, um Vereador para saber quem eram, porque eu não sabia que grupo estava aqui presente. Sei que estão aqui na luta por suas moradias, sabemos do momento duro que vocês estão vivendo, e esta Casa se envolveu, em muitos momentos, com o processo da Vila Dique, com assembleias, com Audiências Públicas, porque vocês têm o direito de morar bem, de garantir condições de escola, de saúde para o local para o qual irão. Sejam bem-vindos a esta Casa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, minhas senhoras e meus senhores, o Ver. Luiz Braz colocou muito bem: o Projeto deveria ser de iniciativa de S. Exª, o Sr. Prefeito Municipal, mas o Ver. Luiz Braz esqueceu que, além de ferir o art. 94 da Lei Orgânica, o Projeto fere também o art. 122, já que está criando despesas, tem que dizer como elas serão indenizadas; isso não foi dito.

Agora, pessoalmente, sou um servidor municipal.

O Projeto institui, no âmbito do Poder Público Municipal, o bloqueio de acesso a sites que contenham conteúdo pornográfico ou que façam apologia às drogas, à pedofilia ou à violência. Acho que é uma agressão aos servidores municipais fazer um Projeto com um art. 1º dessa ordem.

Por outro lado, o Prefeito disse que há mérito na ideia. Há mérito, e o Ver. Oliboni diz que a PROCEMPA concorda, mas isso porque está fazendo um estudo que virá em forma de Projeto de Lei a esta Casa. Está dito na Exposição de Motivos do Veto que virá um Projeto a esta Casa, para que se possa fazer um controle em todo o sistema da Prefeitura; agora, dizer que os servidores municipais vão apoiar a pedofilia, a violência, a droga, eu acho que não fica bem para a Casa do Povo de Porto Alegre, porque nós todos aqui também somos servidores municipais, e a Prefeitura tem controle, mas fará um controle melhor por meio da PROCEMPA e através de um Projeto de Lei que virá a esta Casa, não com um artigo simples, que proíbe e não diz como, nem de onde sairão os recursos nem coisa nenhuma.

Portanto, a ideia pode ser boa, e é – o Prefeito inclusive afirma isso –, mas fere o art. 94 da Lei Orgânica e fere o art. 122 da Lei Orgânica, porque não indica os recursos para dar cobertura às despesas que deverão ser realizadas. Por isso, apoiamos o Veto do Prefeito. Acho que, em breve, teremos uma solução melhor para o problema que preocupa tanto o Ver. Aldacir José Oliboni. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª Sofia; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, Ver. Aldacir Oliboni, autor da matéria por nós aqui aprovada, por unanimidade, se não me falha a memória, nesta Casa e em todas as Comissões também, quero me dirigir à Liderança do Governo, em especial, neste momento, porque é fraca a sustentação do Governo de que isso invade as competências dos atos administrativos, conforme o art. 94 da Lei Orgânica. É fraca, porque o que o Ver. Aldacir Oliboni propõe é uma questão muito singela, muito elementar, muito simples, que visa a criar mecanismos de controle – mecanismos de controle, sim, para o conjunto dos servidores da municipalidade.

Como o senhor sabe, Ver. João Antonio Dib, a grande maioria dos servidores são honestos, trabalhadores, e não se valem desses mecanismos, mas há, sim, uma minoria que é desviada, como em tudo, como há na religião, no futebol, nas empresas ou em qualquer negócio da vida dos seres humanos. Por isso é que me espanta, inclusive, o volume, Ver. Oliboni, de sites com esse conteúdo que induzem as pessoas, as crianças, os adolescentes, a acessarem esses espaços cibernéticos.

Por isso é importante, é muito significativa a proposição. É uma proposição singela. Eu acredito que, com todos os mecanismos, Ver. Nilo, que a PROCEMPA detém, com toda a inteligência e com toda a capacidade, ela tem plena capacidade de impedir, de criar mecanismos que impeçam o acesso. E aqui vamos falar de pessoas desviadas. Por isso, só a preocupação e a intenção do Governo não bastam; tem que haver mecanismos para que aqueles que praticarem esse tipo de ação tenham punições, conforme a lei. É mais do que a preocupação e mais do que cuidados que são ensejados por parte do Executivo.

O Ver. Oliboni traz à luz do dia a proposta – que foi aprovada por nós, por unanimidade, passando por todas as Comissões – de que isso seja considerado controle legal e que tenha as punições de lei.

É inaceitável esse argumento do Ver. Dr. Thiago, com todo respeito que o senhor merece, mas dizer que essas questões de sites pornográficos, de pedofilia, e outros, podem ajudar na terapia de algumas pessoas, isso, se for o caso, tem que ajudar na vida privada, mas não dentro do serviço público. É disso que nós estamos falando, do horário de trabalho, dos computadores da Prefeitura, da rede que é paga pelo Poder Público, e, portanto, pelo contribuinte. É isso que está sendo proposto: uma proibição e mecanismos legais, Ver. Oliboni. Por isso é que nós viemos aqui para pedir que os senhores derrubem o Veto do Executivo.

E tem toda a questão dos telecentros, que facilitam o acesso a todas as comunidades.

Eu penso, Ver. Aldacir Oliboni, que o Prefeito, talvez, também não tenha lido a matéria, porque, muitas vezes, já aconteceu de Vetos virem a esta Casa sem o Prefeito ler. Eu peço a reconsideração dos Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. NILO SANTOS: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, Ver. Oliboni, conversando com a PROCEMPA, chegamos a uma conclusão: o Projeto é meritório, merece, sim, uma atenção toda especial por parte da PROCEMPA. Ela se compromete a fazer uma nova redação, fazendo algumas correções, mas dando crédito a V. Exª por ser o autor do Projeto, para que seja aprovado por esta Casa. Então, meus cumprimentos em nome da minha Bancada, o PTB, pelo Projeto que é, sim, extremamente meritório. A PROCEMPA assume o compromisso, aqui, de providenciar uma nova redação para contemplar a sua demanda, que é importantíssima, para esse controle dentro dos órgãos municipais. Parabéns pelo seu Projeto. Infelizmente, vamos acompanhar o Veto, mas com o compromisso de elaborarmos um novo Projeto. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. PEDRO RUAS: Presidente Sofia Cavedon; Vereadoras e Vereadores; público que nos assiste, Ver. Oliboni, na verdade, a minha manifestação é muito breve, mas eu me sentiria mal se não viesse à tribuna colocar uma posição sobre o tema, por mais óbvio que isso possa parecer. O Projeto de V. Exª tem um mérito indiscutível. Indiscutível! Cada um de nós, homens e mulheres responsáveis, e mais ainda aqui, onde temos um mandato para representar a população de Porto Alegre, parece-me, Ver. Oliboni, que temos a obrigação de zelar para que esse tipo de material não seja acessível basicamente a crianças e a adolescentes e, de um modo geral, a toda população. O Projeto de V. Exª tem esse mérito, e é indiscutível. É indiscutível! Não há como ser contra isso. Existem outras ações mais importantes? Acredito que sim, mas não são excludentes entre si. O que têm a ver as outras ações importantes – ou mais importantes – que devam ser tomadas com este Projeto? Na pior das hipóteses, somam-se!

Portanto, como não se excluem as grandes, ousadas e necessárias ações de combate a esse tipo de material nocivo, este Projeto, que foi aprovado na Câmara, deveria ter o seu Veto derrubado. E nós deveríamos ter uma legislação exatamente nesses moldes propostos pelo Ver. Aldacir Oliboni e, se não derrubarmos o Veto, estaremos perdendo a oportunidade histórica de ter essa legislação. Eu não sou contra as ações mencionadas aqui como mais importantes; o que eu acho sem sentido é achar que uma coisa exclui a outra. As chamadas ações mais importantes, que devem sê-lo, podem muito bem conviver e serão potencializadas se tivermos a legislação proposta pelo Ver. Aldacir Oliboni.

Quero registrar isso e dizer que, obviamente, vamos votar contra o Veto, porque o Projeto tem mérito, é necessário e é uma questão de tempo. Se não aprovarmos, infelizmente, hoje – eu acho que podemos derrubar o Veto –, mas se não derrubarmos, em algum momento, Porto Alegre terá de ter essa legislação. Nós devemos, no dia de hoje, fazer a história. Ela será feita, mas se fosse antecipada, a população sairia ganhando.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o PLL nº 008/10, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Aldacir José Oliboni, autor do Projeto, está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 008/10, com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras; público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, fico, de uma certa forma, agradecido por ter oportunizado um debate, porque o conjunto dos Vereadores falou da importância que tem o Projeto; alguns falaram da inconstitucionalidade; outros, da necessidade de termos um programa de filtragem, mas, mais do que isso, nós percebemos que o dinheiro público tem que ser utilizado também para proteger as pessoas. Não é justo que nós ampliemos a rede, tanto no Poder Público como em várias outras unidades, como, por exemplo, nas lan houses, que são um sistema privado, onde as pessoas podem acessar aquele instrumento como se fosse uma arma. A Internet tem que ser utilizada como um instrumento de informação, de trabalho, de conhecimento, mas, por incrível que pareça, muitos pedófilos utilizam a Internet como uma arma para poder assediar crianças. Há uma pesquisa, dizendo que 8% das crianças que hoje são atingidas por algum tipo de crime ou assédio o são porque divulgam seus e-mails, seus sites para qualquer pessoa que os pede. Como nós podemos proteger as crianças? Fazendo com que elas, ao irem a uma lan house ou a um telecentro – que hoje é utilizado ou ampliado pelo Poder Público –, e também o funcionalismo público em seus locais de trabalho, não possam acessar alguns sites. Até digo que esse sistema de proteção tinha que ser muito mais amplo, mas agradeço o reconhecimento do Governo e da PROCEMPA em perceberem a importância do assunto, e se propuseram a elaborar um programa de proteção, um Grupo de Trabalho com o qual certamente estaremos juntos.

Agradeço o Nilo e outros Vereadores que se pronunciaram, que fizeram esse contato com a PROCEMPA, com o Governo, ressaltando a importância dessa simples ideia, que nos foi trazida pela população, e que eu, Vereador, como um dos proponentes, possa ser um instrumento, sim, ao propor leis, tentando mudar a vida das pessoas para melhor, protegendo-as. Agradeço, e, com certeza, lutarei ainda pela derrubada do Veto; se não acontecer, vou participar, junto com o Governo, da elaboração desse novo Projeto, que então será instituído por uma ideia governamental. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação nominal o PLL nº 008/10, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 12 votos SIM e 13 votos NÃO. Mantido o Veto Total ao PLL nº 008/10.

 

O SR. NELCIR TESSARO (Requerimento): Srª Presidente, considerando as pessoas da Vila Dique que estão aqui com todo esse frio, na ânsia de ver o Projeto votado, solicito, se os nossos Pares concordarem, a inversão na ordem da discussão dos Projetos, com a antecipação da discussão do PLL nº 022/11.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Da minha parte não há objeção. Eu só queria solicitar que a votação da entrega do Título ao ex-Prefeito Verle seja feita em primeiro lugar, para garantir os 24 votos.

 

O SR. PEDRO RUAS: Só para registrar a posição do PSOL. Nada contra a questão que coloca o Ver. Adeli, concordamos também, mas o Projeto que o Ver. Tessaro coloca tem mérito, e a população veio para assisti-lo, e tem dificuldade. Há o acordo do PSOL para a inversão de Pauta.

 

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Pelo PDT, eu queria acrescentar: nada contra os dois. Num terceiro item, eu solicito a convocação de Reunião Conjunta das Comissões. Primeiro votamos o Título, depois o Projeto do Ver. Tessaro, e depois a reunião das Comissões Conjuntas.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Então, vamos por partes.

 

O SR. MARIO FRAGA: Podem ser feitas as votações, não tem problema algum, mas eu gostaria que o terceiro item seja a Reunião Conjunta das Comissões.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vamos fazer o seguinte: vamos interromper um minuto, porque se trata da inversão da ordem de votação de vários projetos. Vamos combinar quais projetos vamos votar.

Por favor, eu solicito a presença dos Líderes aqui na mesa dos trabalhos para acordarmos a evolução da Sessão.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h45min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h49min): Estão reabertos os trabalhos.

Agradeço às Lideranças, foi feito um excelente acordo de agilização e um compromisso de que vamos votar todos. O Ver. Beto Moesch pede para justificar, mas nós vamos, sim, votar o SMUC, só que não exatamente agora.

Então, atentos, o conjunto dos Vereadores aqui, nós votaremos, hoje à tarde, agora, sem discussão: PLL nº 181/10, Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. João Acir Verle; depois, em bloco, três Requerimentos – nos 040/11, 045/11 e 046/11; em seguida, o Projeto do Ver. Nelcir Tessaro, PLL nº 022/11; depois, paramos para fazer a Reunião Conjunta das Comissões; e, na sequência, o Sistema Municipal de Unidades de Conservação da Natureza – SMUC.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4168/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/10, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor João Acir Verle.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 06-04-11.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 181/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 33 votos SIM.

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 040/11 – (Proc. nº 2294/11 – Ver. Bernardino Vendruscolo) – requer seja o período de Comunicações do dia 25 de agosto destinado a assinalar o transcurso do Dia do Corretor de Imóveis.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 046/11 – (Proc. nº 2442/11 – Ver. Elias Vidal e outros) – requer seja o período de Comunicações do dia 4 de julho destinado a assinalar o transcurso dos 40 anos do programa radiofônico “Sala de Redação”.

 

REQUERIMENTO – VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 045/11 – (Proc. nº 2441/11 – Verª Sofia Cavedon) – requer seja constituída a Frente Parlamentar de Combate à Fome e à Miséria.

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o bloco composto pelos seguintes Requerimentos: Requerimento nº 040/11, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo; Requerimento nº 046/11, de autoria do Ver. Elias Vidal e outros; Requerimento nº 045/11, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.

 

(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência os trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0843/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/11, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que assegura o direito à concessão de uso especial para fins de moradia de forma gratuita aos ocupantes da área conhecida como Vila Dique removidos em decorrência de interesse público.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 29-06-11.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 022/11. (Pausa.) O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o PLL nº 022/11.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste, famílias da Vila Dique que hoje estão presentes aqui, aguardando a discussão e votação deste PLL nº 022/11, quero cumprimentá-los e pedir desculpas por estarem aqui esperando até este horário, com todo esse frio. Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, principalmente para a base do Governo eu quero falar. Este Projeto do Legislativo, que estamos votando hoje, nada mais nada menos é do que um acordo firmado com o Governo Municipal do Prefeito José Fogaça, no ano de 2006, juntamente com o Ministro Márcio Fortes e com a liderança da comunidade que, naquela época, se fazia sempre presente – a Inedina e o Paulo, que está ali em cima. A primeira reunião ocorreu dentro do Aeroporto Salgado Filho, no aeroporto antigo, e diversas outras reuniões aconteceram no Imigrantes, presenciadas pela Caixa Econômica Federal, quando, naquela ocasião, primeiramente o valor que viria para Porto Alegre, para este complexo, para a remoção dessas famílias, seria de 6 milhões e 600 mil reais, oriundos de emendas do Parlamento gaúcho. Não havia condições, com 6 milhões e 600 mil reais, de realizar as obras da Av. Bernardino Silveira Amorim. Estivemos em Brasília, juntamente com o Prefeito Fortunati, com a Ministra da Casa Civil, à época, a Srª Dilma, e também o com o Ministro Márcio Fortes, onde, imediatamente, foi feito o acordo para liberação pelo OGU de 33 milhões de reais – 33 milhões de reais liberados pelo Governo Federal a fundo perdido. Total da obra, com todas as residências: 56 milhões de reais. O Governo Municipal arcaria com 23 milhões de reais, e assim foi acordado na época. Em decorrência de se tratar de uma remoção involuntária, na época, pelo Sr. Ministro e pela, hoje, Srª Presidente da República, foi dito que em remoções involuntárias seria aplicado o Estatuto da Cidade. E aqui, Ver. João Antonio Dib, nada mais nada menos, nós queremos que seja aplicado o Estatuto da Cidade, porque há famílias que gastaram cinco, dez, quinze, vinte, e há famílias que gastaram mais do que o valor da casa nova que estão recebendo hoje e saem da sua residência apenas com uma mala embaixo do braço, com suas roupas. E é injusto alguém perder tudo, embora sendo pouco, para ir para uma outra localidade e começar uma vida, pagando por 30 anos novamente.

Então, peço coerência do Executivo. Que tenham o mesmo tratamento que foi dado ao Programa Integrado Socioambiental, no qual nenhuma das 1.750 famílias que foram para o Campo Novo, que estão recebendo bônus moradia, paga um centavo para o Município. Por quê? Está aqui o representante do DEMHAB, e eu peço que ele diga ao Diretor do DEMHAB que fique atento ao Estatuto da Cidade. Quando se tratar de remoção involuntária, a lei é muito clara e diz: “Em remoção involuntária para interesse público, serão transferidas as famílias e proporcionadas novas residências”. Nós queremos apenas isso, Srª Presidente. Eu sei que a senhora é a favor, e nós já discutimos esse assunto na CEDECONDH, mas eu pediria a todos os colegas Vereadores que olhemos para esse problema como se fôssemos nós que estivéssemos naquela situação, como se fôssemos nós que perdêssemos a nossa casa e tivéssemos que comprar outra, porque a nossa casa não poderia estar naquele lugar e teria que ser demolida para que saísse o Aeroporto Salgado Filho!

Nada contra o crescimento, desde que tudo seja feito com respeito aos cidadãos que estão ali há 30, 35, 40 anos, que construíram suas vidas, criaram seus filhos, netos, bisnetos e precisam ter uma residência digna; já tiveram, agora vai ser jogado fora? Nós não concordamos com o pagamento dessa nova residência. Eu tenho certeza absoluta de que o Prefeito José Fortunati também tem o mesmo pensamento e a mesma posição. Nós apenas vamos esclarecer melhor para o Governo. Obrigado, senhoras e senhores Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 022/11.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, lideranças comunitárias aqui presentes, do Orçamento Participativo, dos Fóruns de Planejamento, comunidade da Região Norte de Porto Alegre, o debate que estamos fazendo aqui, hoje, é um debate que já deveríamos ter feito na cidade de Porto Alegre há no mínimo dez anos. E falo isso, prezado Edu, Secretário-Substituto do DEMHAB, com muita tranquilidade, porque eu atuo como Conselheiro Nacional das Cidades, no Ministério das Cidades, Ver. Cecchim, e lá nós fizemos uma avaliação, Tessaro, dos dez anos do Estatuto da Cidade. O Estatuto da Cidade é uma lei federal, foi uma conquista da Nação brasileira e dos movimentos sociais e implementou um conjunto de ferramentas para ser aplicado nas cidades, e essas ferramentas ainda não são aplicadas. Uma delas chama-se Concessão do Uso Especial para Fins de Moradia. O que significa a Concessão do Uso Especial para Fins de Moradia? Que aquelas pessoas que estão em uma área pública ou que serão removidas para uma área pública têm o direito constitucional de receber uma titulação da sua casa sem ônus. Essa titulação é em caráter especial; eles não podem vender, mas podem transmitir, hereditariamente, para as suas famílias. Só que Porto Alegre, até hoje, não regulamentou a questão da Concessão do Uso Especial para Fins de Moradia. Inclusive, quero registrar aqui, até porque eu dialogava antes com o Ver. Nelcir Tessaro, que tem um Projeto que está aqui, pronto para ser votado, de nossa autoria, o Projeto nº 113, que regulamenta o Estatuto da Cidade no que diz respeito à Concessão do Uso Especial para Fins de Moradia. E aí, não é só para a Vila Dique, é para toda a cidade de Porto Alegre. Por isso eu digo que o Tessaro traz este debate, que é importante e necessário. E o acordo que estamos construindo aqui é para aprofundar esse debate. Se há esse instrumento, se a população já tem o direito adquirido, por que não executá-lo? Agora, é claro que, no momento em que estendemos para a Vila Dique, nós temos que estender para a Caixa d’Água, na Restinga, para o Jardim do Salso, para as demais comunidades, pois adquirir também é um direito deles.

Então, é importantíssimo, e eu venho aqui porque nós resolvemos ontem, Ver. João Antonio Dib, lá no Ministério das Cidades, fazer um seminário nacional, para que todo Brasil, todas as capitais e todas as cidades reflitam o que foi implementando no Estatuto da Cidade, e esse item, que é a Concessão do Uso Especial para Fins de Moradia, não foi implementado.

Portanto, abrimos aqui um debate para Porto Alegre abraçar e estender esse direito, que é um direito constitucional, à população que necessita de habitação, para que possa ter uma titulação diferenciada para receber. Um grande abraço, muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 022/11.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nossos vizinhos lá da Zona Norte, de plano, Ver. Tessaro, quero dizer que eu acredito em tudo que V. Exª disse aqui: no Relatório, nas coisas que aconteceram... E nós, que somos da base do Governo, temos que saber das coisas que acontecem e do que foi combinado. Acho que, se foi combinado, se o Governo diz: é isso; é isso! Não tem que discutir muito. Também não dá para misturar as pessoas que foram retiradas não por vontade delas, mas por vontade do avião que ia passar por cima, com outras pessoas que não têm moradia e que querem adquirir uma moradia – são coisas diferentes. Não dá para “misturar alhos com bugalhos”. Ver. João Antonio Dib, estava eu dizendo aqui que não dá para misturar quem é retirado à força do lugar onde mora, com as pessoas – eu vi agora o Ver. Engenheiro Comassetto já querendo estender para a Cidade toda – que vêm de Alvorada, que vêm de Viamão, que vêm de Canoas para Porto Alegre, e o Governo Municipal tem que dar casa. Acho que aí é diferente.

Agora, quem é retirado de onde está, atendendo a uma vontade do Executivo – que, neste caso aqui, é do Executivo Municipal, Estadual e Federal – não é só o Prefeito que tem que arcar com isso. O Estado se comprometeu, o Governo Federal se comprometeu, e nós temos que acompanhar isso. Se a ex-Ministra, agora Presidente Dilma, prometeu 33 milhões de reais, vamos ver se ela mandou ou não mandou! Se mandou, ela cumpriu com a parte dela. Vamos ver o Governo do Estado, para saber se participou com a parte dele; participou, está bem. O Governo Municipal vai fazer a sua parte.

Agora, Ver. Mario Fraga, que não vejo aqui, mas com quem eu estava conversando, não sei se V. Exª ou o Ver. João Antonio Dib, da base do Governo, já entraram em contato com o Prefeito, se precisam de alguns dias para falar, para acertar isso, mas eu acho que nós temos que fazer a coisa que tem que ser feita. Trato é trato, dizia-se lá na minha cidade, Ibiraiaras. Combinou, cumpriu.

Então, Ver. Bernardino, se nós tivermos que esperar uma semana, duas semanas, Ver. Melo, para ter uma definição do que realmente o Município tem como encargo, para que isso seja esclarecido... Que seja esclarecido com o que o Governo Federal se comprometeu, e cumpriu, com o que o Governo do Estado se comprometeu, e cumpriu, e com o que o Governo Municipal se comprometeu, já cumpriu, e com o que falta cumprir. O que não se pode é, em nome de um desentendimento ou de alguma leitura atravessada, deixar as pessoas intranquilas. Sei que o valor é pequeno, também sei que a maioria gostaria de morar cada um na sua casa, pagando ou tendo a casa paga, mas, se foi combinado, tem que ser cumprido. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 022/11.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, mais uma vez, saúdo a comunidade da Vila Dique, que está conosco. Nós lamentamos profundamente, Ver. Tessaro, não termos conseguido viabilidade técnica para a aprovação deste Projeto, pois a remoção da Vila Dique só está sendo efetivada porque a Cidade precisa que essas famílias sejam reassentadas em outro local, para a Cidade poder aumentar a pista do Aeroporto. A verdade é essa, e, por conta da necessidade de a cidade de Porto Alegre se preparar para a Copa, a Prefeitura precisou, junto com o Governo Federal, instituir o reassentamento dessas famílias. Foi só por isso que as famílias da Vila Dique, que há muitos anos ali estão, começaram a ser reassentadas no ano passado.

Por conta dessa necessidade da Prefeitura e da Cidade, também deveria haver, por parte dos órgãos públicos, o reconhecimento desse reassentamento. Lembro muito bem que, no início dessa discussão, aqui esteve o Ministro, a época, Márcio Fortes, e lembro-me das promessas que foram feitas, inclusive pela necessidade de que, ao se transferirem as famílias, tivessem elas condições de se manterem na nova propriedade. Que condições são essas? As condições de que, ali reassentadas, pagassem o mínimo ou nem sequer pagassem pela nova moradia. Isso foi colocado; nós sabemos dos problemas que há e das contratações que foram efetivadas nos projetos, da inconstitucionalidade em relação ao não pagamento, mas o Ver. Tessaro aqui apresenta uma grande proposta de que, ao precisarmos daquela área, as famílias também sejam reassentadas, e que haja, em relação à Vila Dique, uma concessão de uso especial para essas famílias e, portanto, o não pagamento das mensalidades constituídas.

Nós, da Comissão de Direitos Humanos, temos feito esse grande esforço, e estamos muito preocupados com a Vila Dique. Primeiro, com as famílias que foram reassentadas, que estão sem condições de efetivar o pagamento da mensalidade; segundo, com as quinhentas famílias que ainda ficaram próximo ao Aeroporto; terceiro, com a desapropriação das famílias que pagam aluguel na Rua Ouro Preto, o que também não está resolvido, porque ali houve, inadequadamente, uma contratação e uma viabilização entre os proprietários que têm aquelas casas da Ouro Preto e do entorno, esquecendo que ali existem muitas famílias que moram de aluguel e que foram simplesmente abandonadas.

Neste momento, cabe à Câmara Municipal, que já faz a sua contribuição e que desde o início acompanha este processo, dar também condições para que essas famílias que foram reassentadas possam permanecer no novo reassentamento a partir daquilo que lhes foi prometido pelo Ministro a época, pelo Governo Municipal e pelo Diretor do DEMHAB à época; que agora possam construir suas vidas, nessa nova comunidade, a partir de um desejo e de uma necessidade não apenas dos senhores e das senhoras aqui presentes e de muitos que estão lá na Vila Dique velha, mas a partir de uma necessidade da Prefeitura Municipal e da cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. NELCIR TESSARO (Requerimento): Srª Presidente, estávamos conversando também com o nosso Líder do Governo sobre a possibilidade de fazermos uma explanação, uma reunião e definição para votarmos, quem sabe, se houver o consenso desta Casa, a retirada de priorização deste Projeto para a primeira Sessão depois do recesso.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, solicitando a retirada de priorização do PLL nº 022/11 para a primeira Sessão após o recesso. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Então, este Projeto fica previsto para ser votado no início de agosto. Agradecemos a presença dos moradores da Vila Dique. Contem sempre com esta Casa.

Conforme o combinado, neste momento interrompemos os trabalhos desta Sessão para a realização de Reunião Conjunta das Comissões. Recomendo que os Vereadores permaneçam no plenário, porque, logo após a Reunião Conjunta, voltaremos para a discussão e votação do Projeto do Sistema Municipal de Unidades de Conservação da Natureza de Porto Alegre.

Convido o Ver. Elói Guimarães, Presidente da CCJ, para presidir a Reunião Conjunta das Comissões CEFOR, CCJ e CUTHAB, que, neste momento, são convocadas.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h17min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 17h56min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. BETO MOESCH: Srª Presidente, foi acertado, e eu vim a esta Casa hoje com a atribuição de votar o Projeto de Lei Complementar que institui o Sistema Municipal de Unidades de Conservação, Projeto esse que tramita nesta Casa desde 2007. E, conversando com várias Lideranças aqui, não houve acerto para nós mudarmos o espelho que está aqui. Nós teríamos que ter votado, primeiro, o Projeto de Lei do SMUC, após os Vetos e, depois discutirmos, em Reunião Conjunta, os pareceres das Comissões. Eu quero saber, então, por que, já que não houve acordo das Lideranças, se inverteu a ordem dos Projetos, que acabou por comprometer, mais uma vez, o Projeto de Lei do Sistema Municipal de Unidades de Conservação – SMUC. Dificilmente vamos conseguir votar segunda-feira; depois entra o recesso, e, mais uma vez, esse Projeto fica à espera. E aí nós temos que mostrar que realmente a Câmara de Vereadores não está votando esse Projeto desde 2007.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vereador, nós acordamos com o conjunto das Lideranças, é verdade, não por unanimidade, mas por maioria.

 

O SR. BETO MOESCH: O Partido Progressista não deu acordo, e não deram acordo os Vereadores Nilo Santos e Cecchim. Então eu quero lamentar essa postura da Mesa em não respeitar o que estava aqui no espelho. Eu me senti desrespeitado. Eu vim aqui para votar o SMUC, e não votei. A Cidade queria votar o SMUC e não viu a Câmara votar.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo a Emenda nº 34, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, ao PLCE nº 005/07.

Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 34, ao PLCE nº 005/07, à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4079/07 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/07, que institui o Sistema Municipal de Unidades de Conservação da Natureza de Porto Alegre (SMUC-POA) e dá outras providências. Com Emendas nos 01, 02, 13, 14 e 19.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nos 01, 02, 13, 14 e 19, e pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação das Emendas nos 03 a 12, 15 a 18, 20 e 21;

- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01, 02 e 13, e pela rejeição das Emendas nos 10 a 12 e 14 a 21;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto e das Emenda nos 01 e 02; Relator Ver. Nelcir Tessaro: pela aprovação das Emendas nos 13, 14 e 19, e pela rejeição das Emendas nos 10 a 12, 15 a 18 e 20 a 33;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01, 02, 13 e 19, e pela rejeição das Emendas nos 10 a 12, 14 a 18 e 20 a 33;

- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto das Emendas nos 02 e 13, e pela rejeição das Emendas nos 01, 10 a 12 e 14 a 21.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- prejudicada a votação das Emendas nos 03 a 09, nos termos do art. 56, § 4º, I, do Regimento da CMPA;

- prejudicada a votação das Emendas nos 10 a 12, 15 a 18, 20 e 21, nos termos do art. 55 do Regimento da CMPA;

- retiradas de tramitação as Emendas nos 22 a 33;

- incluído na Ordem do Dia em 15-12-10.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/07.

 

O SR. ADELI SELL: Obrigado, Verª Sofia, eu quero dizer aqui, alto e bom som, está sendo gravado e transmitido pela TVCâmara: eu falo e saio do Plenário, porque eu não admito que, ao findar desta quarta-feira, com 30 e poucas Emendas, alguém force aqui a votação deste Projeto. Passamos tanto tempo... Poderíamos ter discutido melhor, debatido as Emendas, porque fiz Emendas que foram rejeitadas; não vou brigar por causa de algumas delas, mas todas as Emendas que eu fiz são para ajudar a melhorar o Projeto que está mal redigido com relação a algumas coisas; outras coisas estão muito bem feitas. Nós temos excelentes técnicos dentro da SMAM.

Então, quero dizer que vou sair em seguida, em protesto, porque esse negócio de forçar a votação, de vir aqui fazer xingamento, não está no padrão desta Câmara; não está!

Eu quero fazer um apelo: vamos discutir na segunda-feira. Não há nenhum problema. A Verª Sofia pode convocar uma Sessão Extraordinária para discutirmos este e outro Projeto, porque aqui houve a derrubada de três ou quatro Sessões neste semestre, extemporaneamente. Podíamos ter discutido e votado muitas outras coisas. Então, não me venham com esse papo de que temos que votar hoje, e que se não votarmos hoje, as árvores de Porto Alegre não vão sobreviver. Não! Vão sobreviver, porque nós cuidamos de árvores, de pessoas, de bichos, de cachorros, 365 dias por ano. Somos contra, radicalmente contra esse negócio de fazer pirotecnia. Eu vim aqui fazer um grande debate, fazer grandes proposições, mas, no dia a dia, sem resolutividade alguma.

Nós estamos aqui para discutir este Projeto que tem 20 Emendas do ex-Vereador Guilherme Barbosa, que fez as Emendas na época, não em seu nome pessoal, mas de um grupo que nós fizemos na Bancada do PT, Ver. Comassetto, portanto são Emendas da Bancada, de sete Vereadores do PT. Então, não tem por que discutir isso hoje, de afogadilho, tentando botar goela abaixo, como se fosse uma necessidade imperiosa. Esteve dois anos aqui. Portanto, eu falei, falaria muito mais e falarei em outros momentos, mas, em protesto, vou sair e espero que outros saiam, para não votar o Projeto hoje.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. MARIO FRAGA: Eu só quero dizer ao Plenário que eu participei da mudança da Ordem do Dia, como Vice-Líder do Governo e como Vice-Líder do PDT. Eu participei da mudança da Ordem do Dia junto com Vossa Excelência.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada, Vereador, o senhor e várias Lideranças. Eu gostaria que as pessoas assumissem, aqui, no plenário, para não parecer uma postura autoritária da Mesa. Ver. Mauro Zacher, muito obrigada.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/07.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Conspícua Presidenta, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, vejam como a política é dinâmica. Nada melhor do que dois minutos depois. Há dois minutos, forçaram a barra, empurraram como um caminhão, para votar. Agora, não pode. Agora, não pode! Cá pra nós, “vamos devagar com o andor, porque o santo é de barro”. O Adeli subiu à tribuna e disse: não empurrem a votação, não pode, estão votando goela abaixo. Mas, há dois minutos, podia. Eu apenas estou fazendo uma constatação de um Vereador querido, extraordinário, eu gosto dele, o Ver. Adeli.

Ver. Beto Moesch, V. Exª foi um grande Secretário nesta Cidade.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a sua colocação. Eu só vou dizer o seguinte: eu não pedi para ser votado este Projeto. Os Líderes e a Mesa acertaram que seria votado no início da Sessão. Eu só fiz aqui um protesto, eu não pedi para votar agora. Então, lamentavelmente, o Ver. Adeli Sell, mais uma vez, comete injustiça. Eu não pedi para votar agora! Eu até acho que nem há condições de votar hoje.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas dá para discutir.

 

O Sr. Beto Moesch: Dá para discutir, e V. Exª, como sempre, está fazendo uma boa discussão.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero cumprimentar todos, mas o Prefeito Fogaça liderou esse Processo, lá na Prefeitura, e mandou para cá. A gente sempre diz que é Governador Olívio Dutra, que é Governador Rigotto, sempre o cargo em que o cidadão ocupou. Isso é da etiqueta, Ver. Comassetto. Talvez V. Exª não goste do Prefeito, mas o povo desta Cidade gosta muito.

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Vossa Excelência tem toda razão. Ele foi reeleito com 60% dos votos.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: É. Da mesma maneira que eu chamo o Lula de Presidente, eu chamo o Fogaça, com muito orgulho, de Prefeito Fogaça. E Vossa Excelência tem todo o direito de não gostar. Aliás, se gostasse, estava tudo errado. Eu quero dizer o seguinte: esse Projeto é de uma magnitude enorme. Eu não tenho tempo, mas vejam o que diz o Art. 5º: (Lê.): “O SMUC-POA possui os seguintes objetivos:

I – viabilizar a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no Município e águas jurisdicionais;

II – preservar os ecossistemas, contemplando em Unidades de Conservação, ao menos, 10% (dez por cento) dos biomas existentes no Município;

III – proteger as espécies nativas do Município de Porto Alegre, em especial as ameaçadas de extinção no Estado do Rio Grande do Sul ou no Brasil;

IV – viabilizar a preservação e restauração da diversidade de ecossistemas naturais;

V – promover o desenvolvimento sustentável;

VI – promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;

VII – proteger paisagens naturais;

VIII – proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

IX – proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

X – recuperar e restaurar ecossistemas degradados”. E, assim, vai indo.

Isso, meus caros colegas Vereadores, tem uma magnitude, Ver. Beto Moesch. E V. Exª vai poder dar aula para nós. Vossa Excelência estudou mais que nós. Mas eu li a matéria, V. Exª me recomendou a leitura dessa matéria que eu tinha feito, de forma dinâmica, lá atrás. Voltei a ler a matéria, e vou voltar a ler novamente nesse final de tarde. Portanto, essa matéria contribui com a sustentabilidade da nossa Cidade. Nós estamos vivendo um momento de grandes tragédias que acontecem no Brasil e fora dele. Ainda há como salvar coisas em Porto Alegre – do monumento à Reserva do Lami. Portanto, se não tiver que votar hoje, Presidente, eu ouvi de V. Exª – e V. Exª fala pela Casa – que as matérias listadas seriam votadas. Eu espero, Ver. Beto Moesch, que, na segunda-feira, antes de votar o Projeto dos lotações, votemos esse Plano...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/07.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Venho discutir o Projeto, porque ele é de extrema importância para o Município de Porto Alegre. Eu não vou entrar no tema da deselegância do Ver. Sebastião Melo comigo, querendo atribuir a mim adjetivos ao ex-Prefeito Fogaça, porque isso não me cabe. Eu não tenho concordância com ele politicamente e sobre isso o povo do Rio Grande já deu resposta. Agora, reconheço aqueles que fazem bons e belos projetos.

Para este Projeto, a Bancada do Partido dos Trabalhadores apresentou um conjunto de Emendas. Ver. João Antonio Dib, quando uma Bancada pega um Projeto com essa importância e constrói 33 Emendas, é porque tem uma contribuição, sim, a oferecer à Cidade. E, em poucos minutos, fazer o debate do Projeto que cria o Sistema Municipal de Unidades de Conservação, é óbvio que não vamos conseguir fazer todo o debate. Este Projeto, no seu art. 11, cria o grupo das Unidades de Proteção Integral, que é composto pelas seguintes categorias: Estações Ecológicas, Reservas Biológicas – hoje, temos a Reserva Biológica José Lutzenberger, do Lami; Parque Natural Municipal; Monumento Natural e o Refúgio da Vida Silvestre.

Tenho o prazer de morar lá no Extremo-Sul, onde tem uma rica vida silvestre, tem famílias e famílias de primatas, de bugios. Se nós não tivermos esse mapeamento, se não tivermos essa legislação que permita que o Município tenha essas identidades, nós estamos com uma lacuna, ainda, na nossa legislação. O Projeto que foi encaminhado tem uma boa estrutura, mas carece, no nosso ponto de vista e no da nossa Bancada, de um conjunto de aperfeiçoamento. Nós apresentamos aqui essas quase 50 Emendas. Aqui há uma Emenda do Ver. Brasinha, do Ver. Nilo Santos, mais o Adeli Sell, que assinou, como Líder da Bancada que foi, a Emenda nº 54; e as anteriores foram do Ver. Guilherme Barbosa, quando foi Líder. Portanto, temos 54 Emendas apresentadas. São Emendas importantes que, na instituição do sistema, vêm a qualificar. Cada uma dessas Emendas apresentadas que falam da Proteção Integral no Município de Porto Alegre nós precisamos entender, debater bem, instituir bem.

É verdade que este Projeto tramita aqui já há algum tempo, desde 2007; está tramitando há quatro anos. Eu não vejo nenhum problema em votar esses Projetos polêmicos no último dia antes do recesso. Quero lembrar o ex-Presidente Melo que, a pedido dele, no último dia de 2007, às 3 horas da manhã aqui, votamos os Projetos do Grêmio e do Inter, num acordo político. Portanto, não é problema votar Projetos polêmicos nos últimos dias antes do recesso. Nós fazemos isso sempre! Em todos os momentos antes do recesso, nós temos feito isso. Votar o Projeto do Sistema Municipal das Unidades de Conservação e mesmo o Projeto que qualifica a questão dos lotações, não há nenhum problema em ser um dia antes do recesso. É um dia de trabalho igual aos outros. Um grande abraço, muito obrigado. E a nossa Bancada votará favoravelmente, assim como contribuiu com esse conjunto de Emendas. Se tivermos que votar hoje, não é problema para nós. A maioria da nossa Bancada está aqui, quero registrar, Presidente, com exceção do Ver. Adeli, que tinha um compromisso e se ausentou no momento.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/07.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; eu não tenho condições, inclusive, de ocupar por cinco minutos desta tribuna. Por que eu estou aqui na tribuna, Ver. Mauro Zacher? Porque fica muito chato, está parecendo que somos irresponsáveis. Os colegas vêm aqui na tribuna e ficam reclamando, dizendo que tem gente que fez isso, fez aquilo. Em verdade, eu queria dizer que ninguém que foi Vereador na Legislatura passada pode reclamar qualquer coisa com relação a este assunto. Não votaram em 2007, não votaram em 2008, recuperaram o Projeto em 2009; agora, em 2010, estamos em 2011... Faz mais de quatro anos que este Projeto anda por aqui, tem Emendas de Vereador que há mais de cinco, seis, sete anos não é mais Vereador aqui na Cidade, e nós vamos votar!

Eu poderia alegar, inclusive, que não conhecia este Projeto, a não ser quando ele foi para as Lideranças, e começaram a discutir a conveniência de ele ser priorizado na Ordem do Dia. E aí o Ver. Dib, que é Líder de Governo, companheiro de Bancada do Ver. Moesch, estabeleceu que nós deveríamos votar numa determinada oportunidade. Se hoje eu estou aqui, neste momento, é uma homenagem ao Ver. Beto Moesch, com quem eu tenho me entendido em vários assuntos. E, honestamente, vou declarar da tribuna – corro o risco de isto estar sendo transmitido para toda a cidade de Porto Alegre –, vou fazer uma confissão: recebi dele a orientação e as ponderações a respeito das Emendas e, evidentemente, vi nele a autoridade para me fazer esse tipo de recomendação.

Então, o grande problema é o seguinte: a reclamação, Dr. Dib, de que o Governo empurrou, goela abaixo, o assunto do lotação. Eu diria o seguinte, se estamos reclamando que desde 2007 este assunto importante não é por nós votado, que esse assunto do lotação da Restinga, do Belém Novo está aqui desde o século passado – em 1997, nós já discutíamos esse assunto. Então, tudo é importante. Tudo é relevante. Eu busquei, com o Líder do Governo, instruções a respeito do assunto do Projeto do Prefeito, porque não sou da base do Governo. É à base do Governo que cabe a responsabilidade de explicar esses Projetos. Então, honestamente, Ver. Beto Moesch, se o Projeto não vai ser votado hoje não é por ausência deste seu parceiro aqui. Agora, há pouco tempo, eu disse para o Ver. Beto Moesch não deixar que votem o Projeto hoje, porque ele pode ter um acidente. Se levaram quatro anos, eu não tenho culpa, Ver. Beto Moesch. Todas essas reclamações que o amigo fez, me exclua delas. Eu não participei de nenhuma reunião que retirasse prioridade de seu Projeto. Pelo contrário, não participei de nenhuma reunião que estabelecesse qualquer tipo de prioridade do processo de hoje, mas, de qualquer sorte, estaria aqui se houvesse quórum; se houve condições, estaria aqui para votar e iria votar seguindo a sua orientação, Ver. Beto Moesch, em quem eu acredito, respeito e a quem proclamo como um verdadeiro ambientalista, que merece todas as minhas homenagens e o meu apoio.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/07.

 

O SR. BETO MOESCH: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu quero deixar aqui muito claro, Ver. Mauro Pinheiro e Ver. Pedro Ruas, em especial, porque são as Lideranças de oposição, que este Projeto não é um projeto de Governo, embora seja do Executivo. Este é o típico projeto da Cidade, projeto de Estado. Quem elaborou este Projeto foram técnicos da Prefeitura, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da PUC, da Unisinos, da Fundação Zoobotânica e do Defap – Departamento Estadual de Florestas e Áreas Protegidas – e do Ministério do Meio Ambiente. Este é o típico Projeto de Estado, não é um Projeto de Governo. Mas é claro que, pela sua abrangência, cabe ao Executivo, em virtude até de vícios da nossa Constituição, Ver. Nilo Santos, tem que vir do Executivo uma proposta dessa complexidade.

Então, este é o primeiro ponto importante, ou seja, é um Projeto da situação e da oposição.

Quero aqui, Verª Maria Celeste, lembrar que V. Exª era Presidente desta Casa quando protocolamos este Projeto de Lei. E, aliás, V. Exª recebeu não só este Projeto como também a nossa proposta, que foi efetivada, de fazermos Audiências Públicas, num total de sete nesta Casa, para elaborar – e quero chamar a atenção da oposição, mais uma vez, Ver. Mauro Pinheiro – o Código Municipal do Meio Ambiente, que até agora não veio para a Câmara. O Código não veio ainda! E foi trabalhado aqui nesta Casa. Veio ao menos este, que, digamos, faz parte do complexo de legislação ambiental e que estava faltando, qual seja, o Sistema Municipal de Unidades de Conservação.

Quero aqui também, Ver. Nilo Santos, parabenizá-lo e agradecer-lhe o trabalho feito junto à sua assessoria, ao relatar este Projeto extremamente complexo, com mais de trinta Emendas, de uma forma técnica, de uma forma isenta, chamando vários técnicos para colaborar no seu Relatório, o que acabou norteando a votação deste Projeto de Lei, agora em Plenário.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, eu também quero parabenizá-lo pelo empenho e dizer para os colegas que acham que está sendo um pouco açodado o processo, que, na realidade, isso era uma questão que já era para ter sido votada há muito tempo, a Cidade implora por isso. Então, quero parabenizá-lo pelo empenho para que isso seja votado de uma forma imediata, porque não tem mais o que esperar; quem estudou o Projeto, estudou, quem não estudou, infelizmente, não vai ter a oportunidade de aguardar mais tempo, porque a Cidade exige que seja votado imediatamente. Parabéns ao senhor, também.

 

O SR. BETO MOESCH: Ver. Nilo Santos, eu aproveito, portanto, a sua colocação para dizer o seguinte, Ver. Dr. Raul, que era o Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente e que coordenou as Audiências Públicas na época: o que é importante colocar é que, na realidade, não há uma inovação total aqui. A Lei Orgânica prevê as Unidades de Conservação; o Plano Diretor prevê as Unidades de Conservação; e há a Lei Complementar nº 369, que institui o Sistema Municipal do Meio Ambiente. Portanto, na realidade, este Projeto deveria ser um Decreto e não um Projeto de Lei, porque, no momento em que a Cidade, através desses três instrumentos, inclusive a Lei Orgânica, confere à Cidade a existência e a importância de Unidades de Conservação, isso aqui seria então um regulamento das lei, mas entendeu o Executivo, na época, através do então Prefeito José Fogaça, que deveria ser através de um Projeto de Lei. Tudo bem!

Então, cabe, agora, à Câmara, e não mais ao Executivo, aprovar, entendendo a importância deste Projeto, porque nós temos três Unidades de Conservação: Lami, Morro do Osso e Parque Saint-Hilaire, mas não temos o Sistema. Nós temos a matéria, Ver. Pedro Ruas, mas não temos a forma, que é o Sistema. Isso deixa essas unidades frágeis...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Beto Moesch continua com a palavra para discutir o PLCE nº 005/07, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver. Pedro Ruas. Então, o que eu queria colocar aqui é o seguinte – e isso é muito importante: nós temos três Unidades de Conservação criadas, também, pela Cidade e não por Governos – e quero aqui insistir: o Lami, José Lutzenberger, foi criado por Thompson Flores e Villela e ampliado por Raul Pont. Pronto! Que bom! Que coisa boa que nenhum Governo pode dizer que foi tal Governo que criou as Unidades ou que ampliou as Unidades. Todos tiveram parte nesse processo, Ver. DJ, mas nós temos três Unidades exemplares. O Brasil reconhece as nossas três Unidades de Conservação. São raras as cidades que têm Unidades de Conservação Municipais do nosso quilate. É importante que se diga isso! Nós temos uma reserva biológica, que é a do Lami, José Lutzenberger; nós temos o Parque Saint-Hilaire, criado ainda pelo Padre Rambo, nos anos 50, para preservar os recursos hídricos daquela região. A principal nascente do arroio Dilúvio está completamente preservada em virtude de uma Unidade de Conservação. Para nós termos recursos hídricos em abundância e em qualidade, para nós termos um clima não alterado, para nós termos a manutenção do solo, a qualidade do ar, a flora e a fauna preservados, e a paisagem, nós precisamos de Unidades de Conservação, além das praças e parques urbanos, que são uma outra categoria.

Parques urbanos: Redenção, Parcão, Marinha do Brasil, praças – nós estamos falando das Unidades de Conservação, que têm um caráter mais preservativo, de preservação, de conservação, com turismo ecológico, com educação ambiental, com pesquisa. Mas, temos três Unidades e não temos o Sistema; o mais fácil nós não temos, porque muitos Municípios têm o Sistema – Passo Fundo, Santa Maria –, e olhem como estamos atrasados! Quase todas as Capitais têm um Sistema Municipal de Unidades de Conservação, mas nem todas têm as nossas Unidades, do nosso perfil, reconhecidas pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Portanto, nós precisamos é do Sistema, e está aqui para ser votado; o que é importante colocar, muito importante. Um exemplo de como estamos perdendo recursos com isso: mesmo não tendo o Sistema, a primeira Unidade de Conservação Municipal do País que recebeu verba em virtude de compensação ambiental, de empreendimento fora do Município, foi Porto Alegre através da Reserva Biológica do Lami, na ampliação da Refap, pelo reconhecimento do Sistema Estadual de Unidades de Conservação, a nossa Unidade Lami, José Lutzenberger. Mas eles diziam: “Mesmo sem o Sistema, vocês vão ganhar, porque vocês merecem receber em virtude do trabalho que estão fazendo na reserva do Lami, José Lutzenberger”, mas está faltando o Sistema! E o Sistema depende da Câmara de Vereadores, e não dos técnicos, dos profissionais, das comunidades que estão lá ajudando na preservação daquelas Unidades de Conservação. Só essa verba, que foi uma verba que recebemos extraorçamentariamente, Ver. Pujol, fora da Cidade, no valor de 300 mil reais, que ganhamos!

Outro exemplo: a Universidade Federal do Rio Grande do Sul – e aí vem outra grande vantagem importante do Sistema: para criar uma reserva particular, hoje, somente através do Ministério do Meio Ambiente ou da Secretaria Estadual; a Prefeitura e a SMAM não podem criar uma reserva particular, porque não têm o Sistema. Então, o Morro Santana tem uma área de 350 hectares, que a UFRGS já destinou para ser uma reserva particular, mas não consegue criar, porque a União não tem como criar, não tem como acompanhar, o Estado também não, e o Município não pode, porque não tem o Sistema. O que está acontecendo? Uma área de 350 hectares, com plano de manejo pronto, de uma Universidade reconhecida internacionalmente, quer criar uma Unidade de Conservação e não pode, porque Porto Alegre não tem o Sistema Municipal de Unidades de Conservação, no Morro Santana. Quantos pesquisadores estão deixando de vir a Porto Alegre, lá no Morro Santana, que um dia, quem sabe, vai ser uma reserva particular, porque não tem um Sistema Municipal...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra.

 

O SR. IDENIR CECCHIM (Requerimento): Srª Presidente, eu, lamentavelmente, preciso pedir a verificação de quórum, devido ao adiantado da hora.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Idenir Cecchim. Na condição de encerrada a Sessão, este Projeto fica como o primeiro Projeto a ser votado na segunda-feira à tarde, garantida a continuidade da discussão. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Quinze Vereadores presentes.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 18h33min): Não há quórum para continuar a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1385/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/11, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que proíbe, no Município de Porto Alegre, a comercialização, a exposição e a distribuição de material escolar que contenha qualquer tipo de imagem que estimule a violência ou a exploração sexual.

 

PROC. Nº 1511/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/11, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que obriga o prestador de serviços de TV a cabo, por telefone, rádio ou satélites, de telefonia fixa ou móvel, de Internet ou de outros serviços análogos a enviar súmula do contrato de adesão ao contratante, em caso de contrato celebrado por via telefônica.

 

PROC. Nº 1942/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/11, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que inclui a Feira Temática de Artesanato do Mercado Público no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, nos meses de abril a dezembro, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1958/11 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/11, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni e outros, que inclui art. 19-A na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, proibindo a nomeação ou a designação para cargo em comissão ou função de direção, chefia ou assessoramento, na administração direta e na administração indireta, de pessoa que seja inelegível em razão de atos ilícitos.

 

PROC. Nº 2270/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 087/11, de autoria do Ver. Elias Vidal, que inclui a efeméride Semana Municipal do Bairro Farrapos no Anexo à Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre e organiza e revoga legislação sobre o tema –, e alterações posteriores, na terceira semana do mês de setembro.

 

PROC. Nº 1582/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/11, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a Mostra Aberta de Cinema, destinada à exibição de produções cinematográficas nacionais independentes, que será realizada anualmente, durante a semana que integrar o dia 19 de junho, no Teatro Glênio Peres, da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 1941/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 067/11, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que inclui art. 8º-A na Lei nº 10.199, de 11 de junho de 2007 – Estatuto do Pedestre –, e alterações posteriores, dispondo sobre telefones públicos instalados em calçadas.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1969/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/11, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que estabelece reserva de área para fins da instalação de monumento em homenagem a Joaquim Francisco de Assis Brasil e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Como não há inscrições, encerrada a Pauta. Encerrada também esta Sessão. Agradeço a presença de todas as Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, convocando-os para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Recordo que amanhã teremos a presença do Secretário Kevin Krieger, estaremos atrasando o período de Comunicações temático e a Tribuna Popular. O Secretário falará sobre a abrigagem para as pessoas e Operação Inverno, às 14 horas. Boa-noite, bom descanso a todos!

 

(Encerra-se a Sessão às 18h34min.)

 

* * * * *